DEVER DE CASA: NOTA ZERO!

Na semana passada estive em Brasília e, em uma das salas de espera, peguei para ler uma revista chamada “Os cabeças do Congresso Nacional – 2009”, pesquisa sobre os 100 parlamentares mais influentes, publicada anualmente pelo DIAP, uma das mais respeitadas instituições de assessoria parlamentar, que atua junto aos poderes da República, com vistas a suprir os movimentos sindicais sobre questões relacionadas as normas legais e reivindicações majoritárias e consensuais para os trabalhadores no Brasil.

Os princípios fundamentais em que se baseia o trabalho do DIAP são: decisões democráticas; atuação suprapartidária; conhecimento técnico; e atuação como instrumento da classe trabalhadora, patrocinando apenas as matérias consensuais no movimento sindical.

Nesse sentido, a publicação da “Os cabeças do Congresso Nacional”, que esta em sua 16ª edição, faz um mapeamento, a partir de critérios objetivos, dos Deputados e Senadores que conduzem o processo decisório no Poder Legislativo. Com essa finalidade, o instituto desenvolveu uma metodologia para identificar os 100 parlamentares com mais habilidades para elaborar, interpretar, debater ou dominar regras e normas do processo decisório, bem como para manipular recursos do poder, de tal modo que suas preferências ou do grupo que lideram prevaleçam no conflito político. Ou seja, uma espécie de ENEM para verificar a qualidade dos parlamentares. Estar nesta lista é “passar de ano” na avaliação de desempenho.

E parece que o Amazonas não anda muito bem nesta avaliação, a exemplo das péssimas avaliações na educação, saúde, saneamento básico, etc. Nossos parlamentares também não têm feito seu “dever de casa” e, conseqüentemente, não foram aprovados.

Por incrível que pareça, dos onze parlamentares federais que temos (3 Senadores e 8 Deputados Federais), somente um esta entre os “100 cabeças”, o Senador Arthur Virgilio Neto, diga-se de passagem, considerado o segundo mais influente do país. Por favor, não vale argumentar que são ‘estreantes’. Na lista do DIAP constam vários estreantes de todas as regiões do país. Se não está lá é porque não é bom. E pronto!

Como se pode ver, a grande maioria dos nossos parlamentares federais são Deputados e Senadores do “baixo clero” do Congresso Nacional e isto não é uma opinião minha. Ah, a minha opinião? Prefiro dizer que são parlamentares de “outdoor”. Isto eles sabem fazer muito bem. Divulgar as suas participações em assuntos insípidos e sem repercussão nacional. Mas não vou me ater a uma avaliação pessoal, quero na verdade apelar à inteligência analítica dos meus leitores.

Um Deputado Federal custa aos cofres públicos aproximadamente R$ 94.000,00 por mês, entre salário, extraordinárias, verbas de gabinete, combustível, passagens aéreas, etc., ou seja, um mandato de quatro anos custará ao povo a bagatela de R$ 4.512.000. Discutir se ganham pouco ou muito é perda de tempo. O prejuízo causado ao Amazonas e ao Brasil por desempenhos pífios no Congresso Nacional é incomensuravelmente mais alto.

Outro dia, navegando no Twitter, li um comentário deplorável. Um destes parlamentares, que ganha mais de R$ 4,5 milhões por mandato, agendava com um grupo de “parceiros” uma sessão de “Kart Indoor”. Quem sabe se o “nobre” parlamentar fizesse melhor uso do seu tempo, como uma boa leitura, ou se dedicasse um pouco mais a estudar as questões da Amazônia e do Brasil, talvez conseguisse um melhor desempenho no Congresso Nacional? Ou seja, ao invés de fazer o “dever de casa”, fica brincando de carrinho! Merecia umas boas palmadas no bumbum… (risos!)

11 Respostas to “DEVER DE CASA: NOTA ZERO!”

  1. Ygor Neves Says:

    Paulo,

    concordo plenamente com sua avaliação sobre nossos representantes federais. Realmente o único que vejo com uma atuação relevante (mesmo que polêmica algumas vezes) é o Sen. Arthur Virgílio.

    Não vejo nossos parlamentares em comissões importantes ou de destaque, ou ainda resolvendo problemas pertinentes ao nosso estado. Talvez eu esteja desinformado, mas você provavelmente saiba o que eles estejam fazendo. A única coisa que sei é o que vejo nos outdoors, pagos por eles, mais nada.

    Realmente uma pena estarmos tão mal representados em TODAS as esferas governamentais, mas ainda acho que há esperança na política local.

  2. Jane Says:

    A indústria do concurso público apareceu recentemente. Pessoas passam horas estudando e investindo dinheiro em cursinhos milagrosos para terem a estabilidade de um emprego público. Com isso são obrigadas a saber muito de Língua Portuguesa, muito de Informática, matemática, tem que ser Mestre em sua área específica, para os mais elaborados devem possuir Raciocínio lógico impecável, saber muito de legislação e outras coisinhas mais.
    Mas para ser candidato…
    Precisa estudar?
    É exigido alguns requisitos como estes acima citados?
    É necessário se submeter a uma prova?
    Esta avaliação vai tirá-lo de sua posição ou diminuir seu indiscutível salário?
    Com certeza não. Imagina se adotassemos esta forma de escolher os governantes! através de provas de conhecimentos (Administração pública, sociologia, economia, filosofia, contabilidade, Direito, Língua Portuguesa, Matemática, psicologia) e reavaliação de tempos em tempos onde pudessemos perceber seu desempenho e retirá-los do poder ou diminuir sua remuneração de acordo com a sua produção!!
    Será que alguém se candidataria?
    Ou continuariam gastando o dinheiro com futilidades?
    Mas como isso nunca vai acontecer, a luta continua por estes míseros R$4.512.000 que dependem única e exclusivamente de oratória e mais nada.

  3. Justiceiro Says:

    Pior são uns e outros que têm como diversão encontrar formas de saquear dinheiro público. Né, Paulo DE’CARLI? Lembra do que seu pai fez e faz com o Porto? E essa gracinha que vocês querem fazer agora com o tal camelodromo?! Estamos de olho!

    • M.F. Says:

      “Justiceiro”,corrija-me se eu estiver errado mas você está falando o que foi feito com o porto,se me recordo bem,o que fizeram com o porto depois de privatizado, foi uma reforma, colocaram ônibus com ar condicionado para levar os passageiros até os barcos, uma praça de alimentação com várias lojas e lanchonetes, guichês organizados para venda de passagens e etc…mas “justiceiro”, acho que estamos falando de portos diferentes né, isso que relatei acima foi feito no porto da minha cidade, MANAUS.

  4. Sincero Says:

    Você tem família?, filhos? pelo que vejo não deve ter um tempo pra família, quem cuida do(s) seu(s) filho(s) nao é você, já que ocupa seu tempo com a política, aliás por que está ocupando seu tempo com BLOG? não deveria estar fazendo uma boa leitura também? ou será que também não aprendeu o dever de casa?…
    Desculpe pela sinceridade.

    • jose ribeiro Says:

      Sincero, ou vc é um dos deputados que nao fazem nada ou trabalha para um deles!!! Agora me responda, qual é o problema de um cidadao escrever um blog? quer dizer que quem escreve em um blog nao faz nada , nao trabalha…!!! que comentario ridiculo!!! alias, fica uma dica!

      Nunca, jamais perca a oportunidade de ficar calado!!!

      vamos respeitar os blogueiros, pq graças as essas pessoas temos informaçoes que os jornais nao tem coragem de divulgar!!!!

  5. Sincero Says:

    quis dizer ocupa TODO seu tempo.

  6. daniellsantana Says:

    opa Paulo, assumo aqui publicamente que gasto parte do meu tempo livre lendo o que escreves. Favor não me critique por isso também// Mas enfim, pela tua movimentação política de fim de ano achava que tentarias algo mais próximo, mas vejo agora clara visada à Câmara Federal. São 120 mil votos, mais a margem de segurança pra não se precisar de legenda. Estais trabalhando pra isso? Ou será uma campanha apenas pedra-no-sapato de outros?
    Formspring.me via blog rsrs, hasta.

  7. Jane Says:

    Tomando como exemplo o comentário acima feito pelo Justiceiro, percebe-se como escrever, ler e se informar são coisas tidas como superfluas ou relegadas a ultimo plano. Trabalho muito, estudo e escrevo em sites, no meu blog pessoal e visito vários blogs comentando-os também. Por que acredito que se cada um escrevesse ou tentasse pelo menos escrever uma frase por dia em breve teríamos uma sociedade diferente, de olhos e mentes bem abertos e assim tanta coisa absurda como eleger quem gasta mais em campanha eleitoral em prol do cidadão acabaria definitivamente.
    Sonhar não paga imposto…ainda!

  8. Hugo Laredo Says:

    Acho que você Paulo, deve ler seus artigos antes de publicá-los. Não sei quem você quis atingir com essa história de kart, mas poderia deixar o artigo sem essa parte. Não há absolutamente nenhuma relação entre o desconhecimento da realidade da sociedade com uma eventual diversão. O tempo livre não pode ser censurado, nem criticado. Aproveita-se da forma que se quer. Te achei de uma visão tacanha demais…mais inteligente seria verificar a produção parlamentar, a assiduidade dos congressistas e aí sim emitir opinião sobre os deputados e senadores.

  9. Tio Adão Says:

    Quero falar com vc. Mande seu celular e e-mail

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